Para iniciarmos nossa análise sobre onde investir, é importante trazer informação. É assim que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central (BC) definem o que são corretoras e o que são bancos:
Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVMs) e as Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs) são instituições financeiras que tem como atividade principal ou acessória a intermediação de operações nos mercados regulamentados de valores mobiliários, como é o caso dos mercados de bolsa e de balcão (organizado ou não).
Esse serviço consiste na execução de ordens de compra e de venda de valores mobiliários para seus clientes, mas também podem se incluir, entre as atividades por elas oferecidas:
– disponibilização de informações de análise de investimentos;
– administração de carteiras de valores mobiliários (inclusive fundos de investimentos); e
– prestação de serviços de custódia e outras (algumas dessas atividades dependem de autorizações específicas)
Comissão de Valores Mobiliários: “Corretoras e Distribuidoras“
Bancos comerciais
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099, de 1994).
Banco Central do Brasil: “Bancos comerciais“
Partindo deste princípio, podemos entender que corretoras e bancos, por mais que ambas sejam instituições financeiras, têm em sua essência funções totalmente diferentes.
O custo operacional das corretoras
Exatamente por terem funções diferentes, corretoras irão apresentar custo, atendimento, serviços e produtos que, na grande maioria dos casos, serão melhores que os apresentados pelos bancos.
Por exemplo, para os clientes que estão buscando investimentos no mercado acionário, os custos de corretagem vão ser uma grande diferença entre os bancos e as corretoras. Os bancos vão executar a suas cobranças pela tabela Bovespa, uma forma de cobrança que varia de acordo com o valor negociado pelo cliente.
Este modelo de cobrança por vezes acaba acarretando um custo maior para o cliente. Já dentro das corretoras os custos de corretagem acabam sendo menores, uma vez que os valores praticados por grande parte das corretoras são fixos, não havendo diferenças para os clientes que irão negociar uma ação ou milhares de ações. Além disso, há as corretoras que nem cobram corretagem.
Estas corretoras, entretanto, acabam sendo totalmente digitais, o que pode não ser interessante para todos investidores. Outro detalhe também está presente no custo de custódia, que a maior parte das corretoras não cobra.
Dentro das corretoras, o cliente também encontrará uma diversidade de opções melhores que nos bancos. Os bancos acabam restringindo seus próprios produtos aos clientes de perfis e de capacidade financeira diferentes.
Mais um benefício das corretoras está no fato delas trabalharem com vários gestores, Assets e Bancos de Investimentos. Devido a esta realidade, é possível dentro das corretoras, por exemplo, o cliente encontrar produtos como CDB, LCI, LCA com rentabilidades bem melhores que as oferecidas pelos bancos. Estas melhores opções dentro dos bancos só estarão disponíveis para os clientes com grandes volumes de capital.
O foco dos bancos
Para os clientes com patrimônios superiores a R$ 1 milhão os bancos irão apresentar um atendimento personalizado. Para quem tem valores menores, em contraste com o primeiro grupo, será muito difícil ter acesso aos melhores profissionais. Dentro das corretoras, é mais fácil para o pequeno investidor encontrar um atendimento pessoal de qualidade nos mesmos moldes em relação aos dos clientes com um volume maior.
Infelizmente, uma das grandes reclamações que existem contra os bancos são o oferecimento de produtos que não levam nenhuma vantagem para os clientes. Estes produtos, em outras palavras, não são investimentos. Estamos falando, claro, dos tão conhecidos e odiados títulos de capitalização. Por outro lado, todos os produtos oferecidos pelas corretoras são realmente opções de investimentos.
Um ponto positivo para os bancos está na comodidade. Sem dúvida, é mais fácil e cômodo para qualquer cliente fazer as suas aplicações dentro dos bancos em que tenham conta. No caso das corretoras, em contrapartida, é necessário o cliente fazer uma transferência tipo TED ou PIX para realizar os seus investimentos. Vale citar que várias corretoras não cobram TED no momento de resgate do valor da corretora para o banco.
Escolher onde investir afeta minha segurança?
Com relação à segurança nos investimentos, voltemos ao início do nosso texto. Ambas as instituições têm a classificação de instituições financeiras.
Assim sendo, temos um patamar de segurança totalmente iguais para ambas as instituições, com fiscalização e monitoramento de instituições como CVM e Bacen. Lembremos que, para o Tesouro Direto, a garantia é do Tesouro Nacional. CDB, LCI, LCA e poupança são garantidos pelo FGC (Fundo garantidor de crédito).
Já fundos de investimentos têm garantia nos próprios ativos que os mesmos mantêm em carteira. Por sua vez, com debêntures e ações as garantias vêm pelas próprias empresas que vão ao mercado oferecer seus ativos e buscar crédito. Fica claro que tanto corretoras quanto bancos compartilham do mesmo sistema de segurança.
Use dados para decidir onde investir
Em conclusão com tudo o que foi falamos acima, a dica é buscar informações e fazer comparações entre as diferentes instituições financeiras para entender qual a melhor opção para seu perfil e quais as opções de investimentos que mais lhe agradam.
Abraços e nos vemos em breve.
