Inflação dos EUA: como afeta o Brasil?

A fim de tomar as melhores decisões, é necessário ter o máximo de informações. E, sem dúvida, entender as causas e os impactos da inflação dos EUA vai ajudar você a planejar seus investimentos.

Uma “tempestade perfeita”, que começa na pandemia e chega até a Guerra na Ucrânia, levou o índice aos 9,1% no acumulado de 12 meses, o maior desde 1981. Como resultado, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, vem elevando a taxa de juros também em ritmo recorde.

No artigo de hoje, você vai entender como a economia dos Estados Unidos chegou até aqui, os impactos na economia brasileira e formas de proteger seus investimentos.

O que puxou a inflação dos EUA para cima?

Tudo começa com a pandemia de Covid-19. Auxílios financeiros para ajudar as famílias em situação de vulnerabilidade, com juros baixos para tornar o crédito mais acessível, foram importantes para que o país atravessasse a crise sanitária. Isso manteve o consumo aquecido.

Entretanto, a vacinação maciça, responsável por uma retomada da vida normal em ritmo acelerado, fez a economia reabrir em ritmo igualmente acelerado, com desemprego baixíssimo. Isso elevou o poder de barganha dos trabalhadores, que puderam exigir salários maiores.

Ao mesmo tempo, a China vem fechando e abrindo a sua própria economia, com uma política linha dura contra novos focos de Covid-19. Essa escolha aumentou o preço médio de insumos e fretes mundo afora, engrossando o “caldo inflacionário” nos EUA.

Por fim, a invasão russa à Ucrânia. O conflito, que já beira os seis meses, fez o preço de commodities disparar. Por exemplo, o petróleo e seus derivados. Isso fez com que combustíveis e energia elétrica também ficassem mais caros.

Em outras palavras: uma sequência de eventos altamente improváveis até 2019 fez com que as famílias dos EUA perdessem poder de consumo em 2022.

Impactos no Brasil

A principal medida que o Fed pode fazer para conter a inflação é desestimular o consumo por meio de aumento na taxa de juros. E é exatamente isso que ele tem feito. Se os “Fed funds” estavam entre 0% e 0,25% durante a pandemia, já estão em 1,75% e a expectativa é que alcancem 3,25% ainda em 2022.

Dessa forma, há duas consequências sentidas diretamente por aqui. Em primeiro lugar, fuga de investimentos. Em segundo lugar, desvalorização cambial.

Os títulos da dívida pública americana são considerados de praticamente risco zero. Por isso, pagam muito pouco. Contudo, como a inflação dos EUA forçou o Fed a subir a taxa de juros, rapidamente se tornou interessante investir nesse ativo. No momento em que esse dinheiro vai para lá, sai daqui.

Com poucos dólares no Brasil, a moeda se valoriza. Como o Brasil depende de diversos insumos importados (só para exemplificar, petróleo e trigo, que também tiveram o abastecimento afetado pela guerra), isso aumenta preços e faz a nossa inflação subir.

O que o Banco Central tem tentado fazer para reter investimentos e, como resultado, conter a inflação, é subir a taxa de juros. Mas isso dificulta a retomada econômica, o que pode levar à recessão.

Sem dúvida, é um cenário desafiador.

Como proteger seus investimentos da inflação dos EUA

Como a inflação dos EUA interfere na inflação daqui, uma estratégia necessária é buscar ativos atrelados a esse índice. Por exemplo, o Tesouro IPCA, debêntures de empresas sólidas e fundos de inflação.

Além disso, vale a pena investir em ativos internacionais,, que remuneram em dólar, para aproveitar a disparidade cambial. A própria dívida pública americana, que “repatriou” investimentos estrangeiros, deve ser considerada.

O importante, acima de tudo, é estar de olhos e mente abertos para mudar a estratégia de acordo com o cenário. Conte com a gente para te ajudar nisso!

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